domingo, 28 de fevereiro de 2010

Olho no olho, e olho por olho.

São olofotes e luzes que por vezes ofuscam minha visão,
mas felizmente para mim, a vida insiste em se mostrar limpida e clara,
e assim, perseguindo a verdade apesar dos contratempos que se intrepõem entre mim e a felicidade,
eu vou seguindo, seguro daquilo que acho que é melhor pra mim.
e apesar de achar que a certeza é uma ilusão e nada mais.
As vezes desejo sublimar e sumir junto com ar, mas logo desisto de fugir,
e me empenho em sorrir, em eletrizar minha atmosfera com toda positividade.
Renovo-me a cada novo dia, e sendo assim seria tolice não sorrir de todas adversidades com as quais me encontro no caminho.

Na esquina da minha vida

Quem sabe o que cada um de nós vai encontrar ao virar na proxima esquina?
Um sonho? um amor? um pesadelo? uma dor?
A gente crê no futuro como algo sólido, palpável, concreto;
Mas com essa matéria abstrata que é o tempo é que a gente dá forma aos nossos sonhos, nossas idéias, o nosso futuro.
Aos poucos aprendi que ao caminhar nessa estrada da vida, corre-seo risco de se deixar levar pela monotonia, de se ver o dia-a-dia perder o brilho.
Ter medo de viver pelo e com o coração, na maioria das vezes, é já ter aceitado a morte.
Quando a apatia se abate sobre nós, é o coração que tem que bater mais forte pra despertar em nós, mais uma vez o prazer de viver.
Todos nós, nascemos e morremos num curto espaço de tempo, mas o que fazemos enquanto isso pode ser eterno e notável.
Enquanto poetas fanáticos e filósofos decadentes tentam me explicar o que é a vida, eu morro de rir e tento apenas ser feliz; pois enquanto o mundo gira e o relógio trabalha, se abate sobre mim o peso do tempo.
E com um sorriso no rosto e a coragem fluindo na veia, pergunto toda manhã: 'O que mais me reservas, vida incerta? o que vou encontra na próxima esquina?'
Pergunto sempre, e sem obter resposta, sigo meu caminho.

Lições

Duas décadas de vida, e enquanto o tempo corria, as pessas sempre me perguntaram o que eu iria ser quando envelhecer; mas durante esse curto espaço de tempo eu sempre me perguntei: porque as pessoas achavam que eu queria envelhecer?
E foi durante esse tempo, esse pequeno espaço de tempo, que eu aprendi a guardar em mim tudo o que me faz bem, vivo por prazer e nunca por obrigação, vivo em eterna mutação, como um arranha céu que se constrói da base até o topo, eu vou adiante no ritmo que me convém, amando cada vez mais a simplicidade cotidiana.
Sou amante da vida, mas cada vez mais infiel, vou flertando com a morte.
amo a nescessidade de ter que se tomar decisões, ter certeza, ao mesmo tempo em que a certeza é inutil, e irrelevante.
Temos tempo, ainda que seja pouco, para transformar essa máteria abstrata que chamamos vida em uma obra-prima.
Vinte anos; é nesse curto, porém unico, espaço de tempo que me foi concedido que experimentei as mais diversas situações, dimensões e os mais distintos sentimentos, até mesmo aqueles os quais não conseguimos identificar pelo nome e sim pela sensação, e provei um pouco do que é a vida.
Foi sentado na calçada bebendo e rindo, foi cantando com o vento a mais bela canção daquele presente momento, foi me apaixonando, foi sofrendo e lutando, foi observando intensamente cada segundo de pôr do Sol no fim de uma tarde de verão, foi deixando o tempo me levar que foi assim que o tempo se foi, foi assim e assim será até aonde a vida me levar.

Inércia

Talvez em algum recanto obscuro da consciência humana ainda esteja guardado, agonizando, porém ainda vivo, o senso de coletividade. Vivemos em uma época onde ser 'inconformado' é ser tido como rebelde ou indisciplinado, onde contestar opiniões não é tida como a reação mais normal e instintiva diante uma massiva aceitação de impotência; é como se a cada instante uma bomba de apatia explodisse em cada esquina.
Na aceitação de cada injustiça reservamos para nós também um pouco da culpa de todo esse caos, onde na maioria das vezes a maior perspectiva de futuro que se vislumbra no horizonte seja a de apenas: 'manter-se de pé, enquanto passa a tempestade.', e assim sempre será enquantoperdurar este insensato sentimento de impotência e a mentalidade auto-destrutiva do ser humano.
Estamos presos dentro de celas nas quais nós mesmos escolhemos nos trancar, '... é sempre no meu sempre a mesma ausência', ausência de vontade, de coragem, pois talvez sejao medo de mudar que nos impeça de seguir, evoluir, talvez tenhamos medo de que o 'novo' seja pior do que o 'velho'.
Somos todos perecíveis e renováveis, estamos todos alheios ao tempo e ele nos dirá até quando tudo isso irá durar.

Diferenças

Tudo na vida é mutável, tudo é variável;
e são tantas variáveis entre contexto e interpretações, tantas diferenças entre verbo e conjugação;
A vida em sim não é complexa, complexas são as diferentes variáveis as quais nós nos submetemos enquanto estamos vivos;
Viver não é tentar simplificar a vida, viver se implica em tentar entender na totalidade toda essa complexidade da vida, não é tentar esquivar-se das adversidades e sim vence-las;
Afinal de contas, no final tudo você é aquilo que você constrói, você é tudo aquilo que você escolhe ser.

Prefiro viver 10 seg. à 10.000 km/h do que 10 anos a 1 km/h

Eu me perco na imensidão tão resumida que é esse 'tempo' que eu não entendo,
que eu não sei de onde vem, nem muito menos pra onde vai.
Pra mim o que é previsível perde a graça, deixa de ser belo, passa a ser estátistica, probabilidade, vira mátematica.
A vida é puro tato; e que se dane a visão, o olfato, o paladar e a audição, o que importa é sentir-se vivo.
É arrepiar-se com a brisa fria que vem do mar à noite,
é sentir aquele beijo macio de quem te ama tocando a sua alma, é aquele abraço apertado de um amigo que quase te deixa sem ar.

Viver é Simplesmente Complicado

Viver pra mim não é buscar desesperadamente um sonho, ou uma razão pra viver;
Pra mim, saber não é viver, viver pra mim é enxergar a beleza do cotidiano, e reinventar-se a cada novo dia, viver é amar com toda sua força e sentir-se amado.
Viver é ser o que você quer ser, e acima de tudo sentir orgulho do que se é.
Viver não é multiplicar-se, é dividir-se.
Viver é moldar, esculpir, cuspir e jogar pra fora toda luz que há dentro de cada um de nós;
É lapidar as horas para que elas se sejam cada vez mais preciosas;
é não ter rumo certo, mas ter certeza de onde se quer chegar e de onde se deve partir;
Viver é improvisar, criar, recriar, desfazer e recomeçar do zero.
Viver é escolher bem as palavras a serem ditas, pois elas podem ser as ultimas;
Viver é venerar o que simples, e tentar compreender o que é complexo.
É ser determinado e persistente, mas também ser paciente e oportunista.
Viver é sentir-se desafiado pelas grandes adversidades da vida, nunca desistir.
E viver é acima de tudo, morrer de rir, de chorar, de cantar, de amor, ao menos uma vez por dia.

Pluralidade Singular

Não se sei se escrevo por medo ou coragem;
medo de expor minhas fraquezas, meus defeitos, ou por coragem de colocar pra fora meus demonios.
Escrevo pra aliviar a tensão, escrevo pra ficar mais leve, pra transubstanciar medo em força e coragem.
A singularidade nunca foi escassa em minha vida, ela sempre esteve presente e sendo assim chego a acreditar que não era singular e sim pluralidade.
O tempo se alonga à medida que encurta;
enquanto o tempo atravessa meu corpo, minha prisão, deposita em mim mais ternura, carisma, mais amor.
Sinto-me mais humano, mais mortal, como se nunca o tivesse sido antes.
O que antes era habitual agora é raro, singular;
A vida agora é puro segredo; sinto-me como um aposto, que posto entre virgulas como deve ser, muda todo o contexto e roteiro da história.
Em mim já não há mais saudade, só curiosidade de saber o porque de toda essa coisa que chamamos de 'vida'.
Da luta não me retiro jamais, há sempre um pouco mais pra se pagar e pra se ver.
São olhares, sorrisos, lágrimas, abraços, e mais uma infinidade de gestos que expõem sentimentos e que se eternizam em minha memória, e que irão comigo sempre aonde quer que eu vá.
Não vivo do passado, mas todo meu passado está vivo em mim, e assim sendo vivo, sem esperar mais nada da vida, além da sua naturalidade de sempre.

Sina

Eu não nasci pra ser mais um;
não nasci pra perder e achar que é o fim do mundo, e que tudo mais é história.
Não nasci pra fazer parte desse mundo, e sim pra criar meu proprio universo.
Eu não sou parte de um quebra-cabeça, sou um completo,
e não nasci pra ser perfeito, e sim pra ser o que sou, pra ser com orgulho o que sou;
É que eu me perco na imensidão tão resumida que é esse 'tempo', que eu não entendo,
que eu não sei de onde vem, e não sei pra onde vai, mas prefiro assim;
Pra mim o que é previsível perde a graça, deixa de ser belo, passa a ser estátistica, probabilidade, vira matemática.
Tempo pra mim é que nem navio no horizonte, você pisca o olho e respira fundo e quando se vê, já passou.

À parte do todo

Sou parte de um todo'; porém 'parte' e 'todo' são definições que não se aplicam à minha vida, porque partindo do princípio: o todo sem a parte não seria todo, seria parte, e por sua vez a parte sem o todo não seria parte, seria todo, o que se implica em dizer que a definição de um depende da definição do outro, e assim sempre será;
mas pra maioria das pessoas é dificil acreditar que mesmo sendo a parte pode-se ser o todo, porque lá no fundo elas se acham pequenas demais para ser um todo, e preferem ser uma parte;
Prefiro ser um todo e mesmo sendo todo posso ainda ser parte de tudo isso.

Um subproduto do Tempo

O tempo se alonga à medida que encurta,
e pensar sobre a vida sempre me tomou muito tempo.
Vou levando a vida, traindo meu destino,
Brincando com a morte, dançando com a sorte.
Meu coração vive à mil, que é pra não ter risco de parar.
As vezes tenho a impressão que eu tô vivendo tudo de uma só vez,
que é pra ver se sobra tempo pra viver tudo denovo;
mas não sobra não ...
Meu tempo é pouco até pra uma vida,
eu não nasci com direito a 'replay',
mas ainda assim, prefiro ser um cometa,
que rasga o véu do céu noturno à milhares de km's/h,
e termina sua jornada queimando de uma só vez,
à ser uma estrela que brilha por milhões de anos estática,
dentre outras milhões e milhões de estrelas que existe no universo.

Amor

Quando se ama, tudo muda;
O gosto do beijo, o rosto do céu,
o olhar discreto perde o véu.
Amor não enjoa, amor não cansa,
Amor é navio de vento em popa,
e amor chega assim, sem pedir,
sem aviso, sem juízo, sem bater na porta.
Amor não tem razão,
amor é solitário e se esconde na multidão.
Amor não precisa falar, só ser ouvido.
Amor não é cego, é incosequente,
amor é imutável,
é puro e indiferente,
Pouco importa se se vive, ou se se sente,
Amor não mente.
O amor é assim, meio louco e sem sentido;
Desvairado e impulsivo à medida do impossível,
é ilimitável porque é imprescindivel que assim o seja.
Amor que fere, amor que magoa,
Amor que cura, amor que abençoa.

Quebra-Cabeças

De tudo quero um pouco;
sou artista da vida não sei ficar parado, não tenho tempo pro tédio, pro mau-humor, sou mortal, sou perecivel, sou inconstante, incerto, inexato, inacabado, sou variável, instável, não tenho sinônimo.
Eu não completo ninguém, os outros é que se encaixam no meu quebra-cabeça.
Nunca tive pudor, de dizer o que sinto, de ser verdadeiro, sincero, transparente;
Sou assim e nem sei exatamente o que eu sou, eu não tenho explicação e nem preciso ser explicado.
Não tenho tempo pra dar; e pra que esperar o amanhã?
Não é com o tempo que se mede a felicidade, é com a intensidade.
Eterno pra mim é sempre o 'agora'.
De tudo quero um pouco, mas a vida eu quero por completa.

Carta de Baralho Marcado

Eu vou entalhar meu amor,
na tua cara-de-pau.
Beijar o teu rosto, morder teu pescoço,
sem deixar virar um romance banal.

Vou te comprar uma passagem,
via expressa pro meu quarto,
pra roubar teu coração,
pr'eu não ser mais um mal-amado.

Te faço perder os sentidos,
perder o rumo e a cabeça,
Suspiro no pé do teu ouvido:
Me ame ou me esqueça!

Vou esculpir o meu desejo
no teu corpo imaculado,
desvendar os teus segredos, sem medo.
Amor carta de baralho marcado

Aerodinâmica num tanque de guerra.

Eu não perco muito tempo perdendo,
é certo que algumas vezes sou derrotado,
mas não passo muito tempo me sentindo assim.
Pra mim quem tudo aposta, tudo pode perder.
Eu não sou de ferro, não sou de aço,
ferro enferruja, aço se despedaça.
Prefiro ainda ser maleável, adaptável.
Sou tão inexato, inacabado,
inconstante e imperfeito,
que meu nome deveria ser uma dízima periódica.
Sou amplificado, sou renovável, mortal e perecível.
De todos os lugares que passei,
de todas as ruas em que andei,
de todas as vidas que conheci, guardei algo em mim,
deixei um pedaço de mim.

O show tem que continuar.

Minha medida é a felicidade;
e felicidade pra mim não é pra ser medida, calculada, nem ser limitada,
não pode ser pela metade, felicidade ou é tudo ou é nada.
Não dá pra sentar e esperar a vida acontecer,
não tenho tempo pra apostar na sorte.
O dia certo? é todo dia, não tenho hora marcada pra fazer folia.
A pior prisão de todas são nossos medos;
Medo de perder e vencer, de pular e de cair,
Medo de chorar e de rir,
Medo de morrer e de viver ...
Minha vida é um circo, um espetáculo,
eu armo o picadeiro e a mágica toma conta de tudo;
tudo isso somados dentro do globo da morte,
e se equilibrando na corda bamba sem perder o ritmo;
Não importa o que aconteça, pra mim o show nunca tem fim.

Impuro, imperfeito, impermanente; Incerto, Instável e Variável.

O tempo passa;
Com ele vem a idade, as experiências, as situações e momentos inesquecíveis;
à medida que os ponteiros do relógio giram, fico mais lento, mais alerta, mais cuidadoso, mais mortal, menos imprudente, menos audacioso, menos impulsivo, vejo que à medida que os dias se vão me torno cada vez mais os meus pais.
Sei que tudo que vivo hoje, torna-se-á memória amanhã; então faço o possível e impossível para que não haja no meu futuro sonhos que não realizei e sim coisas que fiz que nunca havia sonhado antes.
Amanhã minha vida será memória, mas hoje e agora ela é infinita e eterna.

Ícaro e o Laxismo da Alegria

Eu, um anjo escarnecido
Vítima de um sentimento inefável
Romantizaria tua vida insípida ...
Oh ... Destino sáfio me tem sindérese,
não me deixa ser um ser azigo.
Meus olhos ávidos procuram um horizonte,
onde verei o céu constelado.
E se o contexto dessa leptologia
for o laxismo de tua pessoa?
Não seria ironico dizer que sofres de irisopsia,
mas sendo meu corpo totalmente isobáfico, não de destaco perante a ti.
Eu então, cego e pávido,
Vago ... por entre luzes e placas; letreiros de neon.
Seriam teus olhares um prólogo
de que a ruína de Ícaro pertence a mim?
E se estes ventos me atirarem sobre as rochas,
descansarei, e não lutarei contra a corrente,
Pois esta noite eu não me envergaria pelo silêncio e solidão de tuas praias calmas,
Prefiro essa quilofagia e minhas mil chagas,
do que asneirar-me por trás de falsas glórias.
E se tua pessoa me rotula contemptível, não seria eu a condenar-te.
Atiro-me a esmo, olho para trás, focalizo um ser esgazeado,
alimentando-se de migalhas de memórias das quais foi privado.
Esmorecido ao entardecer, atirado ao chão de uma casa vazia,
um exílio que chama de lar, aguardando quieto ...
O tempo que lhe será lenitivo amar ...
Esperando que o coração entre, finalmente, em uma letargia sem fim.
Olha para o espelho e vejo que este ser ficou para trás, pois este já não sou mais.

A porta do infinito ou do abismo?

'Vivo ou sobrevivo?
Sempre no meio da luta, mas dela não me retiro.
Se sou fraco ou se sou forte, já não sou eu quem decido, julgo apenas o que me convém, pois sei que a vida é sempre esse vai e vem.
O que guardo pra mim, é o que acho que me faz melhor, mas nunca soube ao certo, o que me faz mal e o que me faz bem.
Não sou certeza, nem beleza, das minhas proezas, lucro nunca tive, só sei que o que fica é aquilo que se vive.
Se sou melhor ou se sou pior do que os que me agridem, não sei, só sei que não, esperam que eu revide, não sei ao certo se sou sincero ou se minto pra mim mesmo, mas sempre me parece que nesse mundo sou estrangeiro. Onde é que eu estive quando me disseram que nada muda, apenas se transforma, será que foi quando disseram, que o mundo é diferente lá fora? Não sei, nem quero entender, só rezo e espero que eu viva o suficiente para que tudo isso um dia eu possa entender.
Sei apenas que hoje sou mais do que sonhei ser.'

Cólera

'Há momentos em que meu sangue ferve, e meus olhos ardem, e tudo o que vejo é um alvo; nada mais.
O que há com o meu coração? porque sempre bate como se aquele segundo fosse o ultimo?
O que enxergo nem sempre é o convencional, e quase sempre é abstrato à primeira vista, mas basta repousar a mente durante alguns instantes e refletir, que a verdade torna-se clara como um diamante, e tão preciosa quanto.
Nada vai além de uma mistura de cores, as verdades e os segredos, eu aprendi a enxergar na correria da vida, mas nunca dei muita atenção à probabilidade e a previsibilidade, pra mim é tudo inexato, inacabado, até que aconteça.
Do tempo nada espero, além do seu curso normal e irrefreável.
Na turbulência da vida aprendi a me acalmar, mas como disse, há momentos em que o sangue ferve, e os olhos ardem ...'

O Processo

'Quantas vidas a gente vive?
Quantos destinos se entrelaçam aos nossos?
Quantos irmãos reconhecemos, que a vida nos esqueceu de dar? irmãos de outrora que por hora se vão, como poeira ao vento.
Nessa vida de extremos em que tudo é questão de tempo, por mais que seja irônic eu me referir a 'tempo' como algo determinante, por quanto tempo algo tão frágil quanto a realidade é fascinante?
Por vezes sinto-me como Josef K., apenas mais um, julgado, condenado e morto por crimes que desconheço e ainda assim pergunto-me se cometi.
É trágico dizer que tudo nessa vida não passa de ilusão, mas de ilusões também se vive; das ilusões e pontos de vista que conservamos para nós, quais são reais? quais valem a pena?
Talvez não seja assim tão irresponsável dispensar toda e qualquer previsão de futuro aceitável, já que isso tudo, um dia irá transformar-se em nada, tenho em mãos uma pequena migalha de tempo para viver todo esse nada que me sustenta.
Mas no final, antevenho eu, em minhas noites mais reais, que no final, serei tão comum e simples como qualquer um, apenas mais um Josef K.
Há destino à não ser o que fazemos Josef K.?'

No limite da sanidade.

A loucura é uma parte vital de mim;
a parte mais sincera e concreta, a mais completa.
Eu sempre tive talento pra loucura, talento pra fazer o que 'dá na telha', pra me jogar de cabeça em tudo que faço.
Eu sou do tipo que pula do penhasco sem medo de cair, mesmo sabendo que não vou voar, nem vou sumir, mas não dá pra me segurar quando eu sei que a dor de me 'esborrachar' no chão é a mesma que me faz crescer e evoluir.
Pra uns isso pode ser burrice ou até loucura, mas pra mim é a rotina.
Diante de tais condições diriam os fracos e sensiveis que prefeririam morrer, pois eles que se danem, pois eu ainda não terminei de viver, não terminei minha trajetoria, minha viagem, e pra mim 'qualquer viagem é viagem' e qualquer lugar serve, contanto que a gente chegue lá.'

Plenitude

'Sei que para os ponteiros do relógio, já não sou páreo.
Já não há mais aquele coração de leão batendo dentro do peito, a cada dia me sinto mais covarde.
Aquele garoto que não tinha tempo pra perder, parece que não existe mais, perdeu-se em alguma curva do passado, talvez algum dia nos vejamos em alguma esquina, mesa de barm calçada ou sonho, e nada mais que isso.
Não sou permanente, nunca fui, ao passado nada devo, e olhando para ele já não me reconheço, e dele já não sinto falta, sinto saudades apenas do que virá, e que sempre vem tão rápido, tão seco e insolúvel.
Enquanto a gente corre, o tempo foge, o coração murcha, o sonho se desfaz e o encanto morre.
Sei que para os ponteiros do relógio já não sou páreo, pois ele que girem como um carrossel da vida, pois eu, eu já não tenho pressa de acompanha-los.
Vivo pelo sabor da vida, dançando ao som da valsa da vida eu vou seguindo, não há nada há frente ...'