domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ícaro e o Laxismo da Alegria

Eu, um anjo escarnecido
Vítima de um sentimento inefável
Romantizaria tua vida insípida ...
Oh ... Destino sáfio me tem sindérese,
não me deixa ser um ser azigo.
Meus olhos ávidos procuram um horizonte,
onde verei o céu constelado.
E se o contexto dessa leptologia
for o laxismo de tua pessoa?
Não seria ironico dizer que sofres de irisopsia,
mas sendo meu corpo totalmente isobáfico, não de destaco perante a ti.
Eu então, cego e pávido,
Vago ... por entre luzes e placas; letreiros de neon.
Seriam teus olhares um prólogo
de que a ruína de Ícaro pertence a mim?
E se estes ventos me atirarem sobre as rochas,
descansarei, e não lutarei contra a corrente,
Pois esta noite eu não me envergaria pelo silêncio e solidão de tuas praias calmas,
Prefiro essa quilofagia e minhas mil chagas,
do que asneirar-me por trás de falsas glórias.
E se tua pessoa me rotula contemptível, não seria eu a condenar-te.
Atiro-me a esmo, olho para trás, focalizo um ser esgazeado,
alimentando-se de migalhas de memórias das quais foi privado.
Esmorecido ao entardecer, atirado ao chão de uma casa vazia,
um exílio que chama de lar, aguardando quieto ...
O tempo que lhe será lenitivo amar ...
Esperando que o coração entre, finalmente, em uma letargia sem fim.
Olha para o espelho e vejo que este ser ficou para trás, pois este já não sou mais.

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